O que é chica palito???


Esse nome me veio a cabeça, nem sei como e nem quando, acho até que irritei com o google por ter várias "carolines" no mundo e não conseguia achar um nome pra email. Enfim, veio chica palito.







Muito prazer!



Quero contar algumas situações e percepções que tenho sobre a vida, melhor, a rotina da vida. Do meu trabalho, da minha casa, da minha janela. Quero ler, comentar e discutir sobre o cotidiano.





Bem-Vindos!















segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Reminiscências!!! oh

Essa semana toda, todinha, acordei com saudade do passado...
Oh! reminiscências!! aos meus vinte e oito anos!
Passado, lembranças, pensamentos que nos vem...dormindo, acordados ou lendo um livro.
Essa semana senti o cheiro de bife que comia na casa do meu primeiro namoradinho,  na rua Ataliba Gomes, em Livramento. Ai como eram bons aqueles bifes feito com tanto carinho pela dona Ivone.
Saudade dos que já se foram, há tanto tempo, como meu primo Rafael que se foi aos 16 anos de idade e nem pude me despedir.
Saudade do recreio do colégio, que eu não corria porque era comportada demais para ficar suada. Do pãozinho da lanchonete, segurava o dinheiro na mão para não perdeu nenhum centavo que eu levava contado para o lanche.
Do picolero (é assim que se chama o homem que vende o picolé no interior), que buzinava e a gente saia correndo escolher o sabor. Saudade de ficar até altas horas brincando de mancha, de se esconder e correr pro Pido ( aqui é ferrolho) hahahahah PIDO??? eu sou do tempo do pido!!!! hahahaha
Saudade do feijão da vó, das batidas do tio nano, das ranzices do Vó Negrinho....
Saudade da minha agenda da Xuxa...cheia de adesivos, do meu boneco favorito, o Rômulo, da onde eu tirei esse nome? tadinho do boneco.
Dos meus apelidos que meus tios me chamavam, veia do mundo ( eu carregava e juntava milhões de papéis), caixinha de choro ( chorava por tudo)...e lindinha da titia...pq eu era e sou preferida da tia Gina.
Ai ai ai...que saudade que senti nestas manhãs de fevereiro...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O velhinho do prédio do lado...

Não queria lhe chamar de velhinho, acredite, acho até uma falta de respeito com sua pessoa. Infelismente não sei sei seu nome, e nada sobre sua vida. Não vejo pessoas o visitando, não o vejo sair para fazer compras, nem o homem que o entrega gás. Não vejo nada, absolutamente nada que eu possa saber alguma coisa dele.
Estou olhando agora, neste exato momento, ele na janela do apartamento. Sozinho, sempre sozinho. As vezes eu fico pensando será as coisas acontecem, coisas como ir no super, passear na pracinha enquanto eu estou trabalhando?? pois é. Pode ser.
Mas eu passeio na pracinha de manhã e no final de tarde com meus cachorros e ele nunca está lá. Talvez não goste de praças e nem de cachorros. Na padaria da esquina, a melhor do bairro, sempre tem filas enormes pelo pão quentinho, ele também nunca está lá. Pode não gostar de pães, nem de cuca nem de doces.
O apartamento dele é pobre, não de pobreza material mas triste, melancolico. Os móveis são bonitos, antigos, de madeira. Noto que é um homem caprichoso, as roupas sempre estendidas no varal, presas uniformemente na corda. Será militar? aposentado?
As vezes toca o telefone, ele atende, sem expressão. Fica acordado até tarde. A televisão fica num canto ao qual não enxergo não sei o que ele gosta de assistir.
Os dias mais melancolicos, os chuvosos e cinzas ele fica na janela,olhar parado, observa tudo na rua menos em mim e nos outros seres que falam, se mexem , conversam. Não tem parentes, pelo menos se tem nunca os vi. Na noite de natal eu rezava, é hoje que vai para um carro cheio de gente e apertar a campainha e ele vai descer todo arrumadinho como é seu costume. Nada. Todo carro que parava na rua eu pensava...são eles...os parentes! Nada.
Sai, fui passar natal com os familiares do Alvaro, meu marido, e lá pelas tantas eu pensava...chegou alguém lá...pra buscar meu amigo...cheguei em casa, corri pra janela, lá estava meu amigo, com aquele olhar parado.
Eu perguntei para as duas jovens de 93 anos, sobre ele. Tem parentes? mora aqui há quanto tempo? alguém o visita?
Nada. Nem minhas amigas de 93 anos souberam me responder.
As vezes acordo, faço mate, vou pra janela, penso que me faz falta alguém que tome o próximo amargo comigo e então olho para a janela e lá está o meu amigo silencioso...e não me sinto tão solitária.

As jovens de 93 anos...

Iolanda e Liter
Moro em um prédio antigo, de esquina, marrom. Meus alunos, quando vem dormir aqui, dizem que eu moro em um castelo. Faz mesmo lembrar um, alguns moradores da vizinhança o chamam de castelinho.
O prédio tem três andares, mais ou menos distribuidos, por ser um prédio familiar não segue as regras de ter zelador, caixas de correio e condomínio.
No andar de baixo, o térreo, mora a Bisa Iolanda, uma senhora de 93 anos, que sofre de alzheimer. Quem pensa que conversar com ela é entediante está completamente equivocado, claro, ela repete sim mil vezes o que acabou de fazer: Já almoçei? o que tinha no almoço? e sempre quando a resposta é afirmativa ela respond: nossa tô ficando pateta hein. Se tu estiver disposto a saber de Porto Alegre, do bairro Passo D'areia, dos costumes do início do século XX, achará uma ótima relatora. Além disso, cuidado!!! A bisa tem sempre respostas na ponta da língua.
Quando me mudei para o prédio dela - sim, o prédio é dela - aprendi a entender como pensam e como os idosos lidam com toda essa revolução do comportamento moderno. Além desta grande figuraça, que acabei de apresentar, existe uma outra personagem da mesma idade chamda dona Liter - não sei se é assim que se escreve o nome dela, mas quando eu pergunto: é  L -I -T- E -R? ela responde:  não perde teu tempo com um nome feio desses -  Dona Liter sabe tudo, lê tudo, pergunta tudo. Ela é, como se diz no nosso tempo, TRI ANTENADA.
 Sabe a idade  e o nome dos vizinhos, suas profissões e um pouco, por que não, das suas intimidades. Mora numa casa de madeira, do outro lado da rua; uma casa antiga, telhado antigo, grades antigas fazendo com que a vizinhança desconhofie que tal casa seja da mesma idade da velha. Mora com um neto adotivo e mais 16 cachorros.De-zes-seis!
Dona  Liter adora duas coisas, além de saber da vida alheia, de palavra cruzada e nomes. Na hora que conhece alguem, pergunta o nome e vai logo dizendo a procedencia...é grego...tenho certeza! e se não gosta do nome diz na lata! Que nome feio, não tinha outro não? quem vai se ofender com uma jovem senhora de 93 anos?!
O mais estranho, engraçado e ao menos interessante, é que uma tem alzheimer e a outra é surda. Uma aprova a candidatura da Dilma e a outra acha que as mulheres estão querendo se igualar aos homens. Uma fala palavrão e bate o pé a outra também é assim. Passam as tardes juntas, conversam, tomam café, conversam. Uma tira um cohilo na cadeira de balanço, a outra faz palavra cruzada. Conversam. Cai a noite, e no outro dia cedinho estão no mesmo lugar, na varanda...
Dizem elas que tem um senhor muito interessante que passa todas as tardes para comprimenta-las, dizem que estão esperando quem ele vai escolher para o flerte. Se fosse eu escolheria....as duas...com certeza!